segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Gastronomia no Iphone

Recentemente comprei um Iphone e virei mais um iphonático no mundo. Realmente é impossível desgrudar deste aparelho. É tanta função/apps/jogos que tenho que me segurar para não me isolar da sociedade e ficar só com ele.

O mais impressionante que eu achei foram os aplicativos que existem para gastronomia: 


Instagram: o mais famoso aplicativo para fotos do Iphone. Mas o mais legal são as fotos e concursos de comida. Siga o perfil do Instafood e veja fotos de pratos no mundo inteiro, receba missão para fotografar determinados tipos de comidas, ganhe prêmios, etc.


No Instagram também é possível seguir outras hashtags de fotos de comida, algumas que eu recomendo: #foodporn #foodstagram #instafood #foodforfoodies . É de enlouquecer, imagina o mundo inteiro compartilhando o que come, o que está cozinhando e, melhor ainda, dá para seguir vários chefs/restaurantes famosos que tem perfil lá. Não dá para perder! 
Veja algumas fotos que eu já pus lá:

Frango na folha de bananeira

Montando entradas durante o Restaurant Week

Bolinho de feijoada recheado com bacon e couve

Se quiser me encontrar por lá e me seguir, meu perfil é @felipetavares Tenho colocado fotos dos pratos do restaurante, do que cozinho em casa, só delícia =))

Foodspotting: descubra e recomende pratos e restaurantes perto de você ou em qualquer lugar do mundo. Ou seja, cada prato que você comeu e gostou, você tira a foto e compartilha com o nome do lugar e local. Assim, quando estiver em um determinado local, o aplicativo te mostra quais usuários já estiveram ali por perto e qual comida/restaurante eles recomendam. Maravilhoso!!!

Além da opção de seguir os usuários, também é possível "rastrear" todos os pratos de um determinado restaurante ou um prato específico. Inacreditável poder ver os pratos de restaurantes brasileiros e estrangeiros como o D.O.M, Fasano, The French Laundry ou então ver todas as fotos de bacon no mundo! Muito amor!!!

Alguns dos restaurantes que eu sigo
Outros aplicativos interessantes: Jamie's Recipes do Jamie Oliver, Nestlé Receitas, Guia do Churrasco e mais uma infinidade!

Abraços iphonáticos,

Felipe Tavares

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Olha só...

Matéria da revista Veja Rio que muitos cozinheiros e chefs tem compartilhado nas redes sociais. Leitura obrigatória para todos que querem seguir esta carreira.

Abraços carnavalescos,

Felipe Tavares


É duro ser chef

Ao descobrirem a extenuante rotina dentro das cozinhas, 80% dos estudantes de gastronomia decidem abandonar a carreira

por Fabio Codeço | 22 de Fevereiro de 2012



Paula e Vieira: ela insistiu, ele desistiu dois anos depois de formado

Viajar o mundo, aparecer em jornais e revistas, apresentar programas de TV. Embalada pelo glamour que cerca a atividade, a carreira de chef tornou-se uma das mais cobiçadas pelos jovens cariocas. O entusiasmo inicial, no entanto, tem dado sinais de que se arrefece com o tempo - ou, para ser mais específico, logo depois do primeiro estágio. De acordo com o Ministério da Educação, 200 alunos no Rio concluíram a graduação em gastronomia em 2010. O número corresponde a apenas 20% dos estudantes matriculados. Enorme em comparação com a de outras carreiras, a evasão de 80% é uma reação à intensa rotina de trabalho nas cozinhas. Longe dos holofotes e da fama, o iniciante precisa enfrentar jornadas que extrapolam dezesseis horas de trabalho, exigem que se esqueça de vaidades básicas, como pintar as unhas, fazer maquiagem ou usar perfume, e incluem longos períodos de atividade nos fins de semana e feriados. “Muitos acham que vão entrar na faculdade e virar profissionais estrelados no dia seguinte”, afirma Cláudia Fortes, coordenadora da Estácio de Sá, a pioneira a criar o curso, em 2001. “Trata-se de uma estrada que leva anos para ser construída, demandando disciplina, empenho e dedicação.”

A maior parte dos aspirantes a mestre-cuca é de jovens na casa dos 20 anos, oriundos de famílias de classe média ou alta, mas com pouca ou nenhuma ideia dos desafios da profissão. Ter bom poder aquisitivo pode ser necessário para o início, uma vez que só existe uma universidade pública no Rio com graduação em gastronomia e o preço das mensalidades das particulares é alto. O curso da Estácio de Sá, por exemplo, custa entre 1370 e 1691 reais ao mês. Quando a juventude dourada e bem-nascida vai em busca do primeiro estágio, vem o choque: a disparidade que existe entre sonho e realidade é gritante. Um assistente, já formado, ganha em média 1 000 reais, valor que está bem abaixo daquilo que os calouros imaginavam quando decidiram encarar as panelas. E um estágio pode render algo como 600 reais, o equivalente a dois jantares, com acompanhante e vinho barato, em um restaurante de três cifrões.

Sem um salário atraente, o iniciante sofre mais um solavanco ao receber a lista de atribuições. Em muitas cozinhas, será dele a missão de descascar batatas, lavar as folhas das saladas e limpar o chão no fim da noite. São tarefas pelas quais a maioria dos chefs tarimbados já passou antes de liderar uma grande brigada, mas que muitos principiantes não têm o hábito de encarar - nem mesmo em sua própria casa. “A maior parte dos estagiários pede demissão logo nos primeiros dias de trabalho. São raros os que aguentam até a segunda semana”, conta a premiada Roberta Sudbrack, que antes de abrir seu restaurante no Jardim Botânico comandou em Brasília a equipe do Palácio da Alvorada.


Bastidores do Sudbrack: após o expediente, é preciso limpar a bagunça


Iludidos com a possibilidade de sair da faculdade dando ordens, criando pratos ou abrindo o próprio restaurante, mesmo os mais persistentes se frustram com a dureza da labuta. Cansado de lidar com exames e problemas de saúde, o radiologista Carlos Eduardo Vieira decidiu levar a sério seu hobby de fim de semana. Com a bagagem adquirida na faculdade, abriu uma lanchonete. Dois anos depois, jogou o avental: “Ralava mais do que antes e não compensava financeiramente”. De volta aos laboratórios, passou a ganhar o dobro do que tirava à frente de uma casa. Uma de suas colegas de classe, Paula Prandini, insistiu. Só que para chegar a chef e sócia do Stuzzi, sucesso de público no Leblon, seguiu o caminho oposto. Mesmo formada, investiu em cursos e estágios no exterior, trabalhou com chefs consagrados como Roland Villard, do Le Pré Catelan, e em estabelecimentos estrelados do Guia Michelin. Enquanto seus amigos comemoravam o réveillon de 2009, Paula estava no batente, ajudando a preparar a ceia do Sofitel. “Passei a virada do ano com uma panela de purê nas mãos”, recorda-se. “É muito sacrificante, sim, mas faria tudo novamente.” Pelos cálculos de Paula, só três pessoas de sua turma, que tinha trinta alunos, continuam na área. Como se vê, é preciso muita paixão - e disposição - para encarar a vida de chef.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

2 anos de quê?

Agora em janeiro completou 2 anos que estou trabalhando na cozinha e dois do Indo pra Cozinha. Parece que tem muito mais tempo, afinal, como raramente temos folgas os dias e as experiências são bem mais intensas. Então, acho que nada mais justo que eu parar um pouco para avaliar como foi todo este tempo e o que eu vi e vivi neste tempo. 

Vi muita coisa: restaurantes e cozinhas mega estruturadas, restaurantes que atrasam pagamentos e não valorizam em nada seus funcionários, pessoas apaixonadas pelo o que fazem e se divertem em uma cozinha, pessoas que estão ali trabalhando sem paixão alguma ou dom, mas que precisam de um emprego; pessoas que amam a cozinha, mas que desistiram desse sonho em virtude das condições de trabalho e baixos salários. Vi muito mais coisas, mas também já comentei isto em outros posts.

Vivi muito também: conheci pessoas maravilhosas, outras nem tanto, trabalhei como um condenado em férias e feriados, aprendi trocentos pratos e técnicas diferentes, me cortei horrores, me queimei e ainda hoje me queimo quase que semanalmente rs, fiquei algumas semanas sem nenhuma folga e dobrando constantemente, virei noites na farra após dias loucos e estressantes na cozinha e fui trabalhar direto, ri muito, aprendi muito, descobri um outro lado meu, briguei, xinguei, chorei, achei que não era capaz de enfrentar tanta mudança na vida e que também não tinha condições de trabalhar em uma cozinha.

Mas, tudo passa e estou aqui indo para meu terceiro ano na cozinha. Feliz? Sim, com certeza, não trocaria minha vida, quer dizer, talvez eu começaria mais cedo nesta carreira. Realmente amo muito a cozinha e o ambiente de restaurantes e é algo que quero para minha vida. 

Não posso ser hipócrita e falar que tudo nesta vida é lindo e que eu sou a pessoa mais feliz neste mundo, também não é assim. Tenho algumas crises, decepções, ainda não consigo acreditar porque se paga tão pouco para os funcionários da cozinha e tanto para os garçons hahaha, como alguns patrões valorizam pouco ou quase nada sua brigada de cozinha. PorraRalamos pra carai, criamos, executamos, planejamos e quem serve a nossa comida e atende é que leva a grana? Não tiro o mérito dos garçons, jamais faria isso, mas as pessoas vão até um restaurante é para comer e, consequentemente, serem bem atendidas. Então, show me the money!!!

Muitas pessoas me perguntam o que eu espero do futuro com a Copa do Mundo, Olimpíadas, valorização da profissão, crescimento da gastronomia etc. Realmente a tendência é que tudo melhore, a cada dia abre um restaurante novo em algum lugar e estes lugares não estão sendo ocupados por cozinheiros de prática, eles querem pessoas estudadas, que falem outras línguas, que conheçam diferentes tipos de culinária e técnicas diferentes. Mas o problema não são estes grandes eventos, o problema é o que fazer depois deles. Será que este tanto de hotéis, restaurantes, bares, gastropubs, etc terão demanda o suficiente para funcionar? Então, depois desse boom talvez nossa profissão seja ainda mais mal paga, porque profissional para trabalhar é o que não vai faltar. 

O número de restaurantes que abrem é diretamente proporcional ao número de restaurantes que fecham por má administração e outras questões. Tem muito "empresário" achando que é fácil administrar um negócio neste segmento, que é só abrir as portas que os clientes brotam, que vão lucrar no primeiro ano de negócio, que receberam uma graninha e vão investir neste "sonho". O jogo não funciona assim, meu caro. Também é preciso muita paixão e dedicação para administrar um restaurante. 

Se você já mandou e-mail para mim pedindo conselhos e dicas de como enfrentar a cozinha ou trocar de carreira, sabe muito bem meu discurso: não é tudo tão lindo, tem que gostar mesmo, ralamos mesmo, o clima é tenso e quente, se planeje, faça uma pé de meia antes bla bla bla Meu discurso não muda e talvez nunca mude. O que precisa mudar é mentalidade de muitos restaurateurs/administradores.

Abraços comemorativos,

Felipe Tavares

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

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