quinta-feira, 3 de março de 2011

Almoço paraense

Ultimamente, graças a Deus, está em alta utilizar ingredientes regionais brasileiros na nossa culinária. Nossos grandes chefs e cozinheiros estão percebendo que não é imprescindível ter foie gras, caviar beluga ou trufas o tempo todo na cozinha para se fazer um prato surpreendente, digno de estrelas Michelin. 

Uma das culinárias que têm mais chamado atenção atualmente é a do Pará. Alex Atala talvez tenha sido um dos pioneiros a descobrir os sabores exóticos de lá, outro dia li uma crônica da Carla Pernambuco falando da saudade que sentia dos "mil sabores de Belém". Estes são só alguns exemplos dos "chefs tops", fora dezenas de outros que com certeza já estão utilizando os famosos peixes do Pará, as frutas e os vegetais.

No último domingo, fui convidado pelo Léo, filho da minha tão falada "anjo da guarda" Julieta para degustar os sabores do Pará. Ele, um apaixonado por gastronomia, havia passados 2 semanas em Belém e trouxe algumas surpresinhas para degustarmos.

Começamos com a pupunha cozida. Um fruto bem típico de lá, vendido em qualquer esquina e que é bastante apreciado no café da manhã com manteiga. O sabor me lembrou muito o de uma pamonha, mas com um leve amargo no final.


Depois começamos a degustar várias frutas que eu nunca tinha ouvido falar e com sabores tão exóticos quanto os nomes. 
A cesta de frutas, pronta para ser devorada!

Acima você pode ver: ingá, bacuri pari, abricó, bacuri, rambotã, sapotilha, uxi e abiu. Algumas são deliciosas como bacuri pari que tem um azedinho incrível e abricó que lembra muito uma manga misturada com pêssego. Já a sapotilha e o uxi são muito estranhos...Tem uma que é um algodão docinho(ingá) e uma que é lembra muito no sabor e na aparência a lichia(rambotã). Enfim, sabores incríveis!

Depois partimos para o prato principal: Tambaqui(pescado pelo Danilo) no caldo de tucupi com jambu.

Vamos por partes ou traduzindo:

De acordo com o prof. Léo(ele é biólogo de verdade rs) e com a Wikipedia, o tucupi é um caldo extraído da mandioca brava que é descascada, ralada e espremida. Depois de extraído, o molho descansa para que o amido se separe do líquido. Então é cozido por mais sei lá quantas horas para deixar de ser venenoso e se tornar comestível. What?rs Você só precisa saber que é uma delícia, lembra um fundo de legumes bem concentrado. Fico imaginando os molhos que não dá para fazer com esse tucupi...

Tucupi no mercado Ver-o-Peso

Agora vamos ao ápice do meu dia, a descoberta mais incrível dos últimos tempos, a erva que eu experimentei e fiquei comentado durante todo almoço(mesmo com a boca dormente): o jambu. Primeiro vamos a mais uma aula com o prof. Léo.

Não teve jeito Léo, tive que colocar você sem camisa mesmo! =D

O jambu ou agrião-do-pará é uma erva típica da região norte do Brasil. Muito utilizado nas culinárias paraense, amazonense, rondoniense e acreana. Com ele são feitos os famosos tacacá e o pato no tucupi

Jambu

Mas o mais incrível do jambu é que ele deixa nossa boca dormente! É incrível, delicioso, surpreendente, sei lá mais o quê! Eu te amo jambu, seu lindo! Quero você todos os dias na minha horta! Aonde que você tava nesse mundão?(rs) Até trouxe uma muda, vamos ver se eu consigo cultivá-lo para ficar apreciando para sempre! Jambu você morá no meu <3 !

Lindo esse peixe, não?

Mais jambu! :*** O caldo de tucupi estava embaixo dele...

Fiquei tão chocado com os sabores(o Léo ainda fez uma pimentinha daquelas com os ingredientes de lá) que até esqueci de fazer um prato bonito para fotografarmos, quando lembrei fiz a montagem abaixo. Podia ter valorizado mais os ingredientes, mas eu não parava de comer nunca e tava em êxtase com minha boca adormecida.


Depois ainda degustamos três tipos de sorvetes regionais que nem eu e nem a Ju anotamos, por isso eu não me lembro quais eram. Mas tinha um de mangaba que era maravilhoso!

Sabe, foi muito lindo tudo isso! Eu realmente amo essa vida de cozinha e essas descobertas, mas amo mais ainda as pessoas que estão comigo nela desde o início como é o caso da Ju e sua família! 

Abraços de jambu,

Felipe Tavares

3 comentários:

ju disse...

Parabéns, Felipe...
Ri bastante da descrição que você fez do nosso almoço paraense. Vou mandar para minha amiga Heddy, que hospedou o Leo em sua casa e fez com que ele aprendesse a amar aquela terra, as frutas de lá, o Ver-o-Peso, sua gente.... Além do Museu Emílio Goeldi, claro
Você só se esqueceu dos fantásticos sorvetes, dos bombons, e da castanha do Pará.

Renata de Melo disse...

Felipe, que lindo!!
Seu prazer em experimentar e conhecer, isso sim é que é VIDA!!!!
Bjos, Renata

Felipe Tavares disse...

Ju,
Fico feliz que vc tenha gostado! É um prazer encontrar com vc e sua família! Adoro!

bjos

Renata,
Tudo isso é vida! kkk

bjos e obrigado pela visita!

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