terça-feira, 8 de maio de 2012

Manual de como arrumar emprego na cozinha

Quando fui trocar de carreira, ficava pensando em como arrumaria emprego na cozinha. Afinal, de nada valia minha experiência em comunicação e marketing e nem formado no curso de Cozinheiro eu era ainda. Quem me daria uma oportunidade?

Na época, pedi à um colega de curso que me arrumasse emprego no seu restaurante. "Marcelo, preciso saber como uma cozinha de verdade funciona, me coloca lá para fazer qualquer coisa, lavar panela, sanitizar as folhas e legumes, ficar olhando o povo trabalhar. Qualquer coisa, mas preciso conhecer a realidade fora das nossas cozinhas lindas e organizadas aqui da escola."

Fui pra lá e as proezas que aconteceram durante meu estágio de 1 mês eu escrevi logo no início deste blog aqui e aqui.

Pois bem, depois de alguns anos de cozinha, de conhecer trocentas pessoas diferentes e de trabalhar com mais um tanto, vi o seguinte:

- a melhor maneira para arrumar emprego na cozinha é tendo um bom networking. Sabe aquele colega de sala que senta ao seu lado; que ninguém dá nada por ele; que você não convive tanto? Então, ele pode ser seu chef no futuro, abrir um restaurante ou até mesmo te indicar para uma vaga que você nem imaginava que existia. Ou seja, não destrate/brigue com ninguém, não exclua ninguém, afinal, todos tem uma boa história para contar. E os cursos geralmente não são tão longos, custa suportar todo mundo? =)

Além deste networking de sala de aula, é importante manter contato com as pessoas que você trabalha/trabalhou. Assim, quando alguém trocar de emprego e surgir uma oportunidade melhor ele pode te ligar. Sempre preferimos ter pessoas ao nosso lado que conhecemos ou que um amigo nosso conheça. 

- Seja cara de pau. Têm vontade de trabalhar naquele restaurante que você adora, acha lindo, mas acha que não tem experiência suficiente? Fodas, bate lá na porta, peça para conhecer a cozinha e o chef e entregue seu currículo à ele. Como já falei aqui, não conheço um restaurante sequer que não está precisando de alguém na cozinha, mesmo que seja para ser freelancer.

Se não rolar assim, pesquise em revistas e sites de gastronomia vários restaurantes da sua cidade - tipo de cozinha, horários de funcionamento, se é de fácil acesso para você, etc. -  faça uma rota, imprima um bocado de currículos e vai batendo de porta em porta. Tenho certeza que pelo menos algumas entrevistas você vai conseguir.

- Cadastre seu currículo agora no site do Sine - Sistema Nacional de Emprego. Depois que descobri esta ferramenta, nunca mais bati cabeça procurando pessoas para a cozinha. Lá você faz seu currículo online e gratuito para todo o Brasil, com pretensão salarial, experiências, etc. E só para baixarmos a nossa bola, procure quantos cozinheiros estão disponíveis só na sua cidade com a mesma experiência que você ou até mais, muito mais. I die. Dá vontade de cortar os pulsos, vender o corpo e sair gritando que vai estudar na Europa só para ter um diferencial. Outro dia vi um currículo de uma garota procurando emprego que trabalhou no D.O.M. Sentei e chorei na hora. I die [2]

- As escolas de gastronomia possuem câmaras de estágios, bancos de emprego, etc. Cadastre seu currículo lá e o mantenha atualizado mesmo depois de formado. Geralmente, estes lugares tem vagas em ótimos locais que priorizam pessoas estudadas e não aqueles pés de gordura e pés de cachorro que não sabem nem o que é foie gras que, infelizmente, encontramos por aí.

- Os sites de emprego tradicionais: Infojobs, Catho, Vagas.com, etc. possuem algumas vagas, mas confesso que nunca vi nada lá muito interessante, mas não hora do desespero não custa cadastrar nos gratuitos (Infojobs e Vagas.com) e até fazer um teste de gratuito de 7 dias na Catho.

- E por último, os itens mais importantes: estude, pesquise, pergunte, crie, treine, faça sua família de cobaia, arrisque a cortar mais rápido, corte a mão, queime...De nada adianta conseguir uma entrevista/teste e chegar lá não saber saltear uma massa, descrever uma base de risoto ou até mesmo limpar um filé.

Abraços de coaching,

Felipe Tavares

2 comentários:

ju disse...

O Cristiano acredita piamente que o ócio é criativo. Não que eu ache que você está ocioso, mas agora tem um "horário de gente" e portanto mais tempo para CRIAR, pensar, imaginar e botar em prática ideias como a desse post. Parabéns! Um dos melhores do indopracozinha... Você vai longe...

Felipe Tavares disse...

Ju,
Realmente trabalhar em um horário normal muda muita coisa, inclusive minha alimentação.rs

Obrigado pelos elogios, tento seguir seu conselho de atualizar mais aqui.

bjos

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